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Atribuição da Medalha de Mérito a JAIME DUARTE DE ALMEIDA

 

Jaime Duarte de Almeida nasceu no lugar de Vilarinho, em Válega, a 7 de março de 1944, no seio de uma laboriosa família de agricultores. Tem 77 anos de idade. É casado e tem um filho e uma filha.
Aos sete anos, começou a frequentar o Posto Escolar do Molarêdo, tendo aí permanecido da primeira à terceira classe. Após ter sido aprovado no exame realizado no Posto Escolar de São João, foi matriculado na Escola Oliveira Lopes, onde concluiu a quarta classe.
Começou a trabalhar ainda menino, auxiliando os seus progenitores nas mais diversas tarefas domésticas e agrícolas como, por exemplo, “picar” o boi num engenho em Enxemil, tendo, na altura, apenas 5 anos de idade. Desde cedo, contactou também com a miséria e pobreza humanas. Habitualmente, em casa do seu avô, às sextas-feiras, os pobres faziam fila para receber pedaços de pão e espigas que eram por ele distribuídos gratuitamente.
Aos 15 anos, começou a trabalhar na RABOR, onde foi pintor e torneiro. Em 1960, foi contratado pela FOPIL como torneiro de moldes. No dia 1 de abril de 1962, despediu-se da FOPIL, tendo-lhe sido emitida uma carta de recomendação de bom comportamento. Após uma fase de aprendizagem na área da mecânica de bicicletas, em Sangalhos, voltou a Válega, inaugurando, a 29 de setembro de 1962, uma oficina de bicicletas no lugar das Estradas. Quando o negócio já ia de vento em popa, a 1 de fevereiro de 1965, foi chamado a cumprir o serviço militar.
Após o fim da instrução, no dia 17 de dezembro de 1965, embarcou no Vera Cruz, rumo ao Ultramar. No dia 26 de dezembro, desembarca em Luanda, seguindo para as zonas de conflito em Angola. Durante a Guerra Colonial, destacou-se como soldado pelo seu brio, coragem, espírito de sacrifício, disciplina, excecionais qualidades de trabalho e consciência dos seus deveres como militar, atirador e condutor de camiões e outros veículos, o que lhe valeu a atribuição de um merecido e reconhecido voto de louvor pelo comandante da companhia, Ezequiel Póvoa Guiné. A 23 de fevereiro de 1968, regressa, finalmente, a Portugal, retomando o trabalho na sua oficina. Não obstante as suas ligações de cariz social ao associativismo e à política local, passou a sua vida profissional, sobretudo como mecânico de bicicletas, motorizadas e máquinas agrícolas até à passagem à reforma em 2008. Foi, sem sombra de dúvidas, um homem empreendedor, batalhador e laborioso que se tornou num empresário de sucesso na região.
O seu pai, defensor da liberdade e da democracia, foi um manifesto opositor ao Estado Novo, tendo apoiado as candidaturas do General Norton de Matos e do General Humberto Delgado, em 1958, às eleições presidenciais de 1948 e 1958, respetivamente. Já no pós-25 de abril, o seu pai fez parte da Comissão Administrativa da Freguesia e, posteriormente, da Junta de Freguesia de Válega, ocupando sempre o cargo de secretário. É neste contexto que Jaime Duarte de Almeida se envolve, ativamente, nos processos de saneamento de personalidades afetas à Ação Nacional Popular que eram titulares de cargos políticos e corporativos e na abertura e melhoramento de caminhos, suportando os custos da maquinaria utilizada a expensas próprias, demonstrando arrojo e preocupação com o progresso da Freguesia.
Após a implantação do regime democrático no nosso país, torna-se militante do Partido Socialista, integrando os famosos “três jotas” juntamente com Jacinto Guimarães e o saudoso José Resende. Os “três jotas” organizaram e suportaram várias campanhas do Partido Socialista para as eleições autárquicas, pugnando sempre por uma certa autonomia.
A sua entrega desinteressada a causas sociais, desportivas, culturais e recreativas levou-o a estar presente na fundação da Cooperativa Agrícola de Ovar, da Caixa de Crédito Agrícola de Ovar, do Centro Cultural e Recreativo de Válega, dos Amigos do Antigo Concelho de Pereira Jusã e da Confraria dos Rojões de Válega.
Durante a sua vida política foi membro da Assembleia de Freguesia de Válega em vários mandatos e, em 2009, tornou-se o primeiro Presidente de Junta de Válega a ser eleito por três mandatos consecutivos, cargo que ocupou até ao ano de 2021. Integra o atual executivo da Vila de Válega, ocupando o cargo de 1.º Vogal.
Jaime Duarte de Almeida, ao longo da sua vida, não só confirmou a sua invulgar capacidade de trabalho, como mostrou, de forma clara, a sua capacidade de liderança. É um autarca que, digam o que disserem, deixa obra feita e mostrou-se um governante de boas contas… Um autarca que sempre defendeu a necessidade de a política aumentar a sua capacidade de cuidar do espaço público e estar mais próxima dos cidadãos. Apesar das dificuldades e adversidades do dia a dia, Jaime Duarte de Almeida nunca se poupou a trabalhos, cuidados e sacrifícios para concretizar projetos e contribuir de uma forma ativa para a salvaguarda dos interesses da freguesia e para a melhoria das condições de vida em comunidade.
Símbolo de uma geração, figura de referência e incontornável da Vila de Válega, Jaime Duarte de Almeida é um homem ímpar… diferente, de trabalho, de compromisso, simples, humilde, empático, cordial, leal, solidário, determinado, de personalidade forte e de trato fácil, preocupado com o próximo e que granjeou, sem sombra de dúvidas, a admiração e o respeito de todos nós. Jaime Duarte de Almeida é “uma verdadeira força da Natureza”, um homem que ama, desmesuradamente, a nossa terra e que serviu, desinteressadamente, a causa pública. O seu exemplo e a sua obra ficarão para sempre imortalizados nos anais da História da Vila de Válega.

Assim, a Junta de Freguesia de Válega atribui a Medalha de Mérito a Jaime Duarte de Almeida como reconhecimento pelo hercúleo trabalho de autarca ao serviço da população da Freguesia de Válega, pela sua dedicação abnegada ao movimento associativo e ainda por ser portador de excecionais virtudes morais, humanas e cívicas.

A Junta de Freguesia de Válega atribui-lhe, assim, o referido galardão pelo facto de se ter notabilizado enquanto autarca no desempenho das suas funções de Presidente da Junta de Freguesia de Válega e pelo inexcedível exemplo de dedicação abnegada em prol da população que serviu e do bem comum, e ainda pelas suas excecionais qualidades humanas e cívicas, dando da vida o melhor de si para engrandecer e honrar a nossa Freguesia.
Válega, 9 de julho de 2023